Onda conservadora

Mapas da América Latina com destaque para governos de esquerda em vermelho comparando a situação de 2011 (esquerda) com a de 2018 (direita).

A onda conservadora ou maré azul foi um fenômeno político que surgiu em meados dos anos 2010 na América Latina, sucedendo à guinada à esquerda.

Escândalos de corrupção envolvendo governos de esquerda no continente fizeram que os mesmos se desgastassem, diz Gerardo Caetano, professor de Ciências Políticas da Universidade da República, no Uruguai. Ainda segundo Caetano, "quando os governos de esquerda ou centro-esquerda, cada um com seu estilo, assumiram nos vários países da região (durante a guinada à esquerda), as sociedades estavam cansadas e vínhamos de várias crises. Esses governos resgataram e melhoraram a vida de muitas pessoas, mas faltava um projeto de longo prazo e além disso quanto mais melhoram de vida, mais as pessoas ficam exigentes".

Segundo o cientista político boliviano, Roberto Lasema, do Centro de Estudos da Realidade Econômica e Social (CERES), a alta no preço das commodities na década de 2000 favoreceu os governos populistas, e também acredita que esses governos falharam em não pensar em políticas de longo prazo.[1] Em escala global, o fenômeno pode ser associado à vitória de Donald Trump, nos Estados Unidos, e à ascensão de partidos de extrema-direita na Europa, situando a onda conservadora da América do Sul neste contexto.[2] Na Europa, um fenômeno semelhante, a Pasokificação, também anda acontecendo nos últimos anos.[3]

Desde os anos de 2018 e 2019, essa onda começou a apresentar sinais de declive com às eleições de candidatos progressistas como López Obrador, no México,[4] Alberto Fernández, na Argentina,[5] e Luis Arce, na Bolívia.[6] Essa diminuição se acentuou ainda mais após a eleição de Joe Biden em 2020 nos Estados Unidos,[7] onde países como Peru, Chile, Honduras, Colômbia e Brasil elegeram líderes de esquerda, o que marca o início da chamada Segunda guinada à esquerda na América Latina.[8]

  1. @MarciaCarmo1, Marcia Carmo- (2 de abril de 2017). «Onda conservadora na América do Sul passa por 'teste' em eleições no Equador». BBC Brasil (em inglês) 
  2. «ANÁLISE: Crescimento de Jair Bolsonaro inclui Brasil em onda conservadora global». Folha de S.Paulo 
  3. Younge, Gary (22 de maio de 2017). «Jeremy Corbyn has defied his critics to become Labour's best hope of survival | Gary Younge». the Guardian (em inglês). Consultado em 29 de maio de 2018 
  4. Lafuente, Javier (2 de julho de 2018). «López Obrador é eleito presidente do México com maior respaldo popular da história». El País. Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  5. «Alberto Fernández vence Mauricio Macri e é eleito presidente da Argentina no 1º turno». g1. 27 de outubro de 2019. Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  6. Molina, Fernando (23 de outubro de 2020). «Apuração oficial na Bolívia confirma vitória de Luis Arce com 55,1% dos votos». El País. Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  7. Mendes, Gilmar (18 de novembro de 2020). «Derrota põe em questão o avanço da onda conservadora». Veja. Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  8. Kotscho, Ricardo (20 de junho de 2022). «Guinada à esquerda deixa Bolsonaro cada vez mais isolado na América Latina». UOL. Consultado em 5 de dezembro de 2023 

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